Pela Rota 5 Sul, a 150 quilômetros de Santiago, está o vale do Colchagua: uma zona campesina por tradição e onde estão plantados 30.000 hectares de parreiras. Colchagua foi o primeiro vale no Chile a elaborar com êxito uma rota do vinho turística. O vale é banhado pelas águas do rio Tinguiririca, o clima é de verões calorosos e invernos chuvosos. Os vinhos das uvas cabernet sauvignon, carmérnère, syrah e malbec ganharam a fama de maduros e corpulentos, no entanto, Colchagua está buscando mais qualidade e inovação aos seus vinhos, com plantações em ladeiras e próximas ao setor costeiro, mostrando que não tem solos somente para os prestigiados vinhos tintos, mas também para vinhos brancos frescos, cítricos e minerais.
. Clos Apalta
“Clos Apalta amanhece e logo irradia. Uma alquimia de luzes e aromas. De longe, se vê a Cordilheira dos Andes com a sua parte mais alta nevada, impressionante. No outono o cenário é cativante, as plantações oferecem uma infinita paleta de cores…” As palavras são do diretor técnico da vinha, Jacques Begarie.
Um pouco da história
A história da Lapostolle começa em 1994, fundada por Alexandra Marnier Lapostolle e o seu marido Cyril de Bournet, herdeiros de uma longa tradição familiar na criação e produção de licores e vinhos na França. Em 2017 a Lapostolle separou as suas atividades da Clos Apalta, e as duas vinhas seguiram como marcas independentes. No estilo dos châteaux franceses, a vinha Clos Apalta tem 152 hectares plantados em Apalta, mas ocupa apenas 45 hectares, principalmente com as uvas cabernet sauvignon, carmérnère, merlot e petit verdot para a elaboração dos seus dois grandes vinhos: Clos Apalta e Le Petit Clos. O restante das uvas plantadas no vinhedo de Apalta é destinado para a elaboração dos vinhos com a marca Lapostolle. A versão de Clos Apalta, em 1997, foi um dos primeiros ícones do vinho moderno no Chile. Em 2014, foi lançado o segundo grande vinho: o Le Petit Clos.
Ícones: Clos Apalta e Le Petit Clos
Outras joias: Vigno, Collection, Apalta, Grand Selection, Borobo, Cuvée Alexandre
. Montes
Com um entorno maravilhoso rodeado de plantações em ladeiras e uma adega onde os vinhos descansam embalados pelos Cantos Gregorianos, a visita na vinha Montes mexe com todos os nossos sentidos.
Um pouco da história
A história da vinha Montes está intimamente ligada a Aurelio Montes, um dos fundadores da vinha, que aos 21 anos de idade conheceu Apalta, em Colchagua, e sentiu um amor à primeira vista pelas ladeiras que formam a região. Aurelio enxergou ali um diamante bruto, mas foi somente depois de muitos anos que, junto de mais três sócios, criou a vinha Montes, em 1987. A fama não demorou muito em chegar: veio com Montes Alpha Cabernet Sauvignon, um vinho concentrado e complexo, que mostrou aos visionários sócios que estavam no caminho certo. A versão Montes Alpha de 1987 abriu as portas das exportações de vinhos chilenos no mundo. Logo veio a fama para as outras variedades: chardonnay, merlot e syrah. A vinha Montes foi a pioneira em plantar parreiras em ladeiras, enquanto muitos achavam uma loucura. A vinha seguiu inovando e plantou uvas no litoral de Zapallar, e desses vinhedos nasceu a linha Outer Limits, com um syrah 2017 premiado. O atual desafio da vinha Montes são as plantações na ilha de Mechuque, a 1.200 km ao sul de Santiago, uma região de baixas temperaturas e chuvas frequentes no inverno. Na Argentina, a Montes produz vinhos através da vinha Kaiken.
Ícones: Taita, Purple Angel, Montes Folly e Montes Alpha M
Outras joias: Montes Alpha Special Cuvée, Outer Limits, Montes Alpha, Montes Twins, Limited Selection
O almoço
Minha sugestão para este dia é almoçar no restaurante Fuegos de Apalta, que se encontra no quintal da vinha Montes, entre plantações e colinas. O restaurante, de alta gastronomia internacional, tem no comando o reconhecido chef de cozinha Francis Mallmann que oferece uma experiência gastronômica extraordinária. A outra boa opção é almoçar no prestigiado restaurante Rayuela da vinha Viu Manent, embaixo de uma centenária figueira.
. Viu Manent
Uma das joias de Colchagua, a Viu Manent tem um entorno belíssimo, rodeado por antigas plantações e pelas montanhas da Cordilheira dos Andes ao longe. A casona da família é rústica e aconchegante, um cenário que nos leva de volta ao século passado.
Um pouco da história
A história da Viu Manent começou em Santiago no ano de 1935 com a comercialização de vinhos sob a marca Vinos Viu, pelo imigrante catalão Miguel Viu Garcia e os seus filhos Agustín e Miguel Viu Manent. A partir de 1966 a vinha passou a produzir os seus próprios vinhos com a compra do vinhedo San Carlos, em Colchagua, onde já estavam plantados 150 hectares de parreiras centenárias. Hoje a Viu Manent possui 254 hectares em 3 vinhedos, todos no mesmo vale. Os vinhos Viu 1 e Gran Reserva da uva malbec são dois exemplares muito bem-sucedidos. Além disso, a vinha foi a pioneira em plantar variedades mediterrâneas no vale, como a garnacha, com ótimos resultados!
Ícones: Viu 1, El Incidente
Outras joias: Single Vineyard, Vibo, Gran Reserva, Secreto, Viu 8
Saiba que
Os meses de fevereiro a maio são o período da colheita, uma ótima oportunidade para você ver as plantações carregadas de uvas, provar delas ainda nas parreiras e participar de tours onde você é quem faz a colheita. E o melhor: em anos fora de #pandemia tem as imperdíveis festas de Vendimia [festas da colheita]!
Te recomendo
Aproveite o dia para comprar vinhos: nas lojas de cada vinha os preços costumam ser mais em conta que nas lojas especializadas. A conservação das garrafas é a ideal, com pouca exposição de luz e calor. Por isso guarde espaço na sua mala para voltar carregado de joias chilenas!
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